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Arlene Andrade Malta

Disciplina II do Curso de Especialização Em Educação de Jovens e Adultos Articulada a Educação Profissional
Educação Popular
Professora Mestra em Educação Arlene Andrade Malta
Possui graduação em Pedagogia (UFBA), Especialização em Psicopedagogia (UFBA) e Educação Básica de Jovens e Adultos (UNEB). Tem mestrado em Educação pela UFBA, com defesa de dissertação na área de aprendizagem de Jovens e Adultos. Apresenta experiência em Coordenação Pedagógica na Educação Especial (surdez) e em Gestão da Educação de Jovens e Adultos da rede estadual da Bahia. Coordenou e atuou como docente no curso de Especialização Lato-sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Faculdade São Bento da Bahia e também lecionou no Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos na Diversidade da FACED/UFBA. Em ambas instituições supervisionou Estágio Curricular e orientou a construção de Trabalhos de Conclusão de Curso. Atualmente apresenta vínculo empregatício com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IF Baiano, Campus Santa Inês, onde ministra aulas em disciplinas pedagógicas dos cursos de Licenciatura em Geografia e Licenciatura em Biologia. Neste espaço também coordena a Especialização em EJA articulada a Educação Profissional, assim como o Grupo de Estudos Negros/Neabi, e o Fórum Regional de EJA do Vale do Jiquiriçá. Foi coordenadora de área do PIBID e de Projeto extensionista de formação de professores em EJA. (Texto informado pelo autor).

No dia 13 de março de dois mil e vinte, iniciamos a disciplina de Educação Popular, mediada pela professora Mestra em Educação, Arlene Andrade Malta, nossa coordenadora do curso. Disciplina esta que teve que ser adiantada, pois a professora da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica que teríamos mais um encontro, teve que se ausentar por motivo de saúde. Fomos recepcionados com um lindo cenário. No centro da sala de aula havia uma colcha colorida e sob ela vários objetos artesanais, instrumentos de trabalho, instrumentos de cozinha, brinquedos, entre outros, que nos remetia aos sujeitos da educação popular. A professora Arlene retoma a discussão do artigo “Paulo Freire e Educação Popular" de Moacir Gadotti e logo após tivemos o prazer de ouvir a professora discorrer sobre a trajetória da Educação popular desde o Brasil colônia, passando pelo Estado Novo, governo de João Goulart, Golpe Militar, Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), aprovação da Lei de Diretrizes e Base (LDB/1996). A professora discorre sobre a obra “Conteúdos Mortos” de Miguel Arroyo, nos proporcionado um momento de discussão sobre a realidade do sujeito, que deve ser sempre o ponto de partida e não o de chegada. Fala um pouco sobre a política de EJA do Estado da Bahia e que o ensino precisa ser significativo para os sujeitos.
Trazendo um breve histórico da Educação Popular, a professora destaca o protagonismo dos sujeitos populares, visando o companheirismo, o bem comum e o pensar coletivo.
No período da tarde, a professora Arlene recebe uma convidada. A graduanda Aila Cristina Costa de Jesus, estudante do curso de Geografia do Instituto Federal Baiano – Campus Santa Inês, que vem contribuir com a aula, discorrendo sobre o coletivo de mulheres que participa através do grupo de Articulação de Mulheres no Vale do Jiquiriçá, com a professora Rita Vieira Garcia. Assistimos o vídeo "oficina de cacau - Associação de Mulheres Duas Barras do Fojo. E logo após, Aila relata as experiências vividas no Estágio EVI- Bahia e as vivências nos grupos NEPA e GAIA. Fechada a roda de conversa com Aila, a docente retoma a aula com a leitura do texto “a ratoeira”, fazendo-nos refletir sobre o papel das decisões coletivas. Assistimos o vídeo Educação e Liberdade, que nos traz um pouco da herança do pensamento de Paulo Freire. Segundo Freire o conhecimento vai além das aparências e a educação deve ser vista como prática da liberdade e distanciando-nos da educação bancária, priorizando um espaço de inovação e autonomia coletiva contra a injustiça e a favor da sociedade como práticas comunitárias, vencendo redes de resistência, buscando equalizar o conhecimento não apenas a transmissão de conteúdo. É preciso humanizar e emancipar os sujeitos da educação popular. A professora fez indicações de algumas obras e leituras como: Conscientização, Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Esperança, ambos de Paulo Freire, Projeto de Educação dos Trabalhadores de Miguel Arroyo. Propôs a leitura de obras do autor Frei Betto, a Sombra desta Mangueira, Educação Popular na Escola Cidadã de Carlos Rodrigues Brandão. E como ATIVIDADE PRÁTICA EM CASA, a professora propôs a divisão da turma em equipes e solicitou que as mesmas apresentassem na próxima aula uma síntese com as ideias centrais das obras “Conscientização e Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire. Os livros foram dividos em capítulos aonde cada equipe deveria extrair suas ideias centrais e expô-las para a turma.

Âncora 1

Março 13,2020

Março 19,2021

2º Encontro da Disciplina de Educação Popular

Retomando nossas atividades não mais de forma presencial como fora a primeira aula da disciplina, mas de forma virtual por conta do contexto pandêmico em que estamos vivenciando, no dia 19 de março de dois mil e vinte um, damos continuidade com as apresentações das equipes, conforme ficou acertada na aula anterior. As ideias centrais das obras de Paulo Freire: Conscientização e Pedagogia do Oprimido deveriam ser debatidas de forma bem criativa. A equipe 1 foi composta pelos cursistas da cidade de Jaguaquara, aonde apresentaram os capítulos 1 e 2 da obra Conscientização através de um cordel intitulado “O homem e sua experiência”. Muito linda Apresentação dos colegas.
O terceiro capítulo da Obra Conscientização denominado “O processo de conscientização e a práxis pedagógica emancipadora”, foi apresentado pela equipe da cursista Tânia, que utilizou um jogral intitulado de “Freire” e um poema de Bráulio Bessa, de título “Recomece”, trazendo para nós alguns entendimentos sobre a essência da educação emancipadora e autônoma, que possibilita que pessoas das classes menos favorecidas da sociedade desenvolvam uma consciência crítica de sua situação e vejam-se como protagonistas da própria história, capazes de transformar a realidade, sempre coletivamente: “Ninguém luta contra forças que não entende; ninguém transforma o que não conhece (...)” “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.
A tarde iniciamos com a equipe da colega Marilete com a apresentação do 4º capítulo do livro Pedagogia do Oprimido “Teoria da ação antidialógica” e foi apresentada através de slides. Dando continuidade, a nossa equipe – Santa Inês, apresentou o capítulo 3 dessa mesma obra: A dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade.
Para iniciar, apresentamos um cordel de autoria da escritora Rosemary Ramos Sales, solicitado por nós, membros da equipe e uns slides para projetar a apresentação.

Âncora 2

Poema:


Eu sou entre tantos eu.

Eu me chamo João, Maria, José....
Qualquer um que tenha nascido sem lar,
Sendo só mais um, entre tantos que nascem todos os dias...
Sem oportunidades, sem escola, sem educação, só com
A permissão de nascer, por nascer.
Sou um rosto na multidão, sem rumo, sem direção
Ninguém me perguntou se eu queria nascer,
Mas se me fosse questionado,
A resposta seria não!!!
Pai, desconhecido!

Mãe, também sem oportunidade, sem escola, sem chão.
Só mais um rosto na multidão...
Sofrida, mãe solteira, guerreira...
Mas solidão!!!!
Sofrida, calada, doente…
Sem oportunidades…
Sem dignidade, nem opção.
E eu?...
Achei que nunca veria um caderno na vida
ESCOLA? Era só um sonho impossível!!!
A mim cabia só trabalhar, como minha mãe fez por toda a vida!!!!
A opressão tomava conta, e ter estudo, cultura, era pura ilusão!!
Sem estudo, nem Informação.
Mas parei, pensei... Não vou aceitar!!!
Esse cenário tem que mudar
Para que minha mãe volte a sonhar.
Resolvi estudar!!!
Tenho que plantar a semente
Consciente

Essa realidade, que não tem raça nem idade.
Só vontade de se libertar.
Chega de dor
Opressão nunca mais!
Pois ela só traz rancor e dor...
Quero mais!
Que meu grito seja ouvido,
Que atinja todo mundo!
Vou estudar, vou vencer...
Quero é crescer!
E com isso viver!!!

Autora: Rosemary Sales.


A equipe apresentou a ideia central do capítulo que fala sobre dialogicidade, aonde o autor traz o diálogo como principal premissa da relação humana. Freire afirma que o homem dialógico acredita nos outros homens antes de encontrar-se consigo mesmo e cita que a dialogicidade é a essência da educação como prática da liberdade, demonstrando o quanto é importante o desenvolvimento do diálogo no processo educativo. E quando se fala em liberdade é liberdade em todos os sentidos. Liberdade de pensamento, liberdade social, liberdade cultural. A comunicação expressa pela palavra e pela ação. Por meio do diálogo os estudantes e professores vão criando possibilidades comunicativas, tendo como objetivo maior, fazer o aluno entender que ele é agente da sua própria história. Que ele pode transformar a sua vida em algo melhor.
O diálogo deve começar desde o planejamento do conteúdo programático quando o docente se questiona sobre o que vai refletir com seu aluno. E que seja um conteúdo que vai questionar por exemplo, a realidade social do aluno, refletir sobre ela, não um conteúdo mecânico, estático. Mostrar para o aluno a importância dele dentro desse mundo atual. Fazer conexões com a vida do aluno.

Finalizando as apresentações, a equipe 5, composta por cursistas do município de Amargosa, tendo como principal representante a professora Erenice, trouxe a discussão dos capítulos 1. Justificativa da Pedagogia do Oprimido e 2. A concepção ‘bancária de educação como instrumento da opressão. A organização do trabalho em forma de slides foi perfeita. A escolha dos tons, as imagens, a estética em geral e a apresentação, foi maravilhosa. Analisou a contradição dos termos opressor – oprimido, examinando a situação concreta de opressão sob a perspectiva dos opressores e dos oprimidos. Concluindo a afirmação que “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”. Discorreu sobre a concepção bancária e problematizadora da educação. Trouxe as ideias de Freire quando coloca que o autor lutava por uma educação comprometida com a ética, que não se desvinculasse de seu caráter político, na qual a humanização dos seres humanos se concretizasse na dignidade da vida cotidiana das pessoas, na superação das realidades que as oprimem. Para o Freire, ensinar não podia ser apenas um processo de transmissão de conhecimentos, em que o aluno recebe os ensinamentos que o professor deposita, o que ele denominou “educação bancária”. Ensinar para Freire seria um ato de amor, de coragem, de construção de conhecimentos, em que o debate e o respeito entre professor e aluno são imprescindíveis. E conclui que “ninguém educa ninguém – ninguém se educa a si mesmo – os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” O homem é visto como “um ser inconcluso, consciente de sua inconclusão e seu permanente movimento em busca do Ser Mais”.
Para finalizar ouvimos as belíssimas considerações da professora Arlene, a qual agradecemos todo o conhecimento adquirido ao longo desta disciplina que apesar de ter sido apenas dois encontros nos proporcionou grande contribuição no nosso processo de aprendizagem.

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